Abrir um negócio é Sonho de 44% dos brasileiros

PESQUISA REVELA QUE ABRIR UMA EMPRESA SUPERA VONTADE DE 24% 

DAS PESSOAS DE TRABALHAR COMO FUNCIONÁRIO   LARISSA MEIRA, DA 



Brasília - Esqueça os tempos de inflação 
alta e insegurança 
econômica, quando trabalhar em uma 
empresa com carteira 
assinada era praticamente a única 
alternativa considerada 
segura para a maioria da população 
brasileira.

O perfil da economia mudou e, atualmente, quase 
44% dos brasileiros sonham em ter o próprio negócio, 
frente aos 25% que almejam seguir
 carreira como empregado em uma empresa. Os dados 
constam na pesquisa
 Global Entrepreneurship Monitor 2012 (GEM), realizada
 pelo Sebrae em parceria com
 o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP).

“O Brasil vive a plena expansão do mercado interno
 e a ascensão da classe média, 
que desponta com grande poder de consumo e 
também empreende em setores diversos. 
Nos últimos dez anos, as mudanças na legislação
 também favoreceram o ambiente 
empreendedor no país”, analisa o presidente do
 Sebrae, Luiz Barretto.

Ele cita como exemplos o surgimento da Lei Geral da
 Micro e Pequena Empresa,
 do Supersimples – que reduz em média 40% da carga
 tributária dos pequenos negócios –
e a criação do Microempreendedor Individual, que
 permite a formalização de negócios 
que faturam até R$ 60 mil por ano. “O brasileiro está 
mais escolarizado e passou a abrir 
empresa por identificar uma demanda de negócio. 
É muito diferente do cenário há alguns
 anos, quando a pessoa abria empresa ao ficar 
desempregada e não encontrar outra 
alternativa”, completa.

Atualmente, quase 70% dos empreendedores abrem
 um negócio por oportunidade. Em 2002,
 o índice dos que empreendiam motivados pela
 identificação de uma chance no mercado 
empresarial era de 42,4%.

O dinamismo da economia brasileira nos últimos dez anos, 
com o aquecimento do mercado
 de trabalho e a melhora do grau de escolaridade dos brasileiros, 
passaram a promover o 
empreendedorismo como uma alternativa de ocupação e 
renda aos brasileiros em todas as
 regiões do país. “O empreendedorismo hoje tem mais qualidade 
porque cresce justamente 
em um momento em que o nível de emprego está bastante alto”,
 completa Barretto.

O levantamento comprova a evolução da atividade empreendedora
 no país. Em 2002, 20,9%
da população estava envolvida na criação ou administração de um 
negócio. Dez anos depois,
 o índice saltou para 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos.

O crescimento de 44% na taxa de empreendedorismo é compatível 
com o dinamismo da 
economia brasileira no período, quando o Produto Interno Bruto (PIB) 
cresceu em média cerca
 de 4%. Para 88% dos brasileiros adultos, o início de novo negócio é 
uma boa opção de
 carreira.

A GEM também constata que entre os brasileiros mais
 escolarizados é maior a proporção
 de empresários por oportunidade. No grupo dos empreendedores 
com pós-graduação 
completa, por exemplo, 87% dos empresários em fase inicial 
abriram o negócio após
 constatar uma oportunidade de mercado.

Nas mãos de mulheres e jovens

Homens e mulheres dividem o comando dos novos
 negócios brasileiros – aqueles com 
até 3,5 anos de atividade. De acordo com a pesquisa, 
49,6% dos que iniciam a carreira 
empresarial são do sexo feminino. O percentual de 
mulheres é maior entre os empreendedores 
que abrem um estabelecimento do que entre aqueles
 com empresas já estabelecidas.

“A inserção mais intensa da mulher no mercado de
 trabalho e seu consequente
 empoderamento, principalmente na última década,
 favorecem o empreendedorismo feminino. 
À medida que as mulheres passam a ocupar em
 maior densidade cargos de liderança nas 
organizações, também adquirem mais segurança 
para empreender, principalmente no
 empreendedorismo por oportunidade”, analisa o 
diretor-presidente do IBPQ, Sandro Vieira.

Os negócios iniciais estão mais concentrados nas 
mãos de jovens entre 25 e 34 anos,
 que respondem pela criação de 33,8% das empresas.
 A faixa etária entre 35 e 44 anos 
reúne 27% das novas empresas. Já entre os 
empreendimentos estabelecidos
 – com mais de 3,5 anos de atividade -, a idade
 predominante está entre 35 e 44 anos, 
com 30% dos negócios.

A pesquisa GEM aponta ainda que a escolaridade está
 melhorando entre as empresas iniciais. Enquanto que 
nos negócios com mais de 3,5 anos de existência 30%
 dos empresários têm o Ensino Médio completo, nas empresas 
novas o índice corresponde a 37%.

Sobre a GEM

Realizada em âmbito mundial desde 1999, a 
GEM 2012 contou com a participação
 de 69 países – 15 a mais do que os analisados 
em 2011. O levantamento ouviu 10 mil 
pessoas entre 18 e 64 anos das cinco regiões brasileiras.


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